Wilhelm Reich • A Revolução Continua
Mais de 50 anos após o médico psicanalista Wilhelm Reich ter
descoberto o que chamou de energia orgone e desenvolvido os estudos
revolucionários da Orgonomia, o assunto continua muito pouco divulgado e
compreendido. Para falar mais sobre isso, entrevistamos Ailton Bedani,
psicólogo, orgonomista e orgonoterapeuta, membro da Associação Wilhelm
Reich do Brasil e fundador do Laboratório de Pesquisa e Leitura de
Forma.
Como está hoje a situação dos profissionais que seguem a linha de
Wilhelm Reich, especialmente no que diz respeito à utilização de
aparelhos como o acumulador de energia orgone? Eles são reconhecidos
pelas associações de classe? Sabe-se que os aparelhos são vendidos e
utilizados em várias partes do mundo. Como é isso no Brasil?
A invenção do acumulador de energia orgone (ou ORAC, sigla para
Orgone Energy Accumulator) precisa ser abordada no contexto da pesquisa
científico-natural reichiana, nunca isoladamente. Duas décadas de
investigação, em distintas áreas científicas, conduziram Reich à
descoberta da energia orgone cósmica e à elaboração dos ORACs. E, após a
invenção dos acumuladores, a pesquisa reichiana continuou
desenvolvendo-se por mais dezessete anos. Para lidar com os aparatos
orgonômicos, inclusive o ORAC, é fundamental que o pesquisador conheça a
totalidade da obra reichiana, pois só assim compreenderá as premissas
das quais Reich partiu e entenderá como uma descoberta levou a outra. As
pessoas que constroem acumuladores, mas carecem de uma visão de
conjunto da obra reichiana, geralmente realizam uma pesquisa mecanicista
(que não alcança a dinâmica da energia orgone), nutrem infundadas
ilusões sobre os efeitos curativos dos ORACs e, ainda, correm o risco de
prejudicar a própria saúde. Há certos cuidados e critérios que envolvem
a construção e utilização de acumuladores (por exemplo: não se deve
construir ORACs perto de fontes de raio X); além disso, para se mapear o
funcionamento de um acumulador, em dado lugar, é preciso realizar, no
mínimo por um ano, um amplo conjunto de medições.
Há orgonoterapeutas que indicam o uso de ORACs ao longo do processo
terapêutico. Nesse caso, é de suma importância que o terapeuta tenha uma
sólida formação em física-orgone, pois, se nem todo orgonomista
trabalha como orgonoterapeuta, todo orgonoterapeuta é, antes de tudo, um
orgonomista (ou seja, uma pessoa familiarizada com a pesquisa das
funções orgonóticas atmosféricas e cósmicas).
É importante lembrar que a função básica do ORAC é reter um
potencial orgonótico pouco maior do que o do meio que o circunda. Nesse
ambiente órgonótico específico propiciado pelo acumulador é possível
realizar experimentos e medições que nos ensinam não só sobre os efeitos
da energia orgone em seres vivos, mas também sobre o estilo de
funcionamento da energia orgone atmosférica.
Pesquisas sobre o funcionamento do ORAC foram e continuam sendo
realizadas por grupos reichianos de vários países. Mas eu não disponho
de informações sobre a comercialização de ORACs, no Brasil ou em outros
países.
A idéia de Reich, de que a energia orgone é a matéria fundamental do
universo estaria relacionada com teorias similares e milenares da
cultura oriental, hoje tão comuns no Ocidente? O que é, exatamente, o
orgone e como Reich chegou até essa concepção? Existem provas
científicas de sua existência?
Para compreender o que é a energia orgone e o significado científico
de sua descoberta é preciso retomar o trajeto científico-natural
cursado por Reich ao longo de seu trabalho.
Wilhelm Reich (1897-1957) foi um médico e cientista natural que, por
quase quarenta anos, desenvolveu uma ampla pesquisa sobre os processos
energéticos primordiais, vitais. Ele começou estudando a bio-energia e
depois descobriu uma força básica que move tanto os seres vivos quanto o
cosmos. Esse novo tipo de energia foi experimentalmente comprovado por
Reich no período de 1939-1940 e então nomeado de energia orgone cósmica.
Nesse momento, nasce também a Orgonomia — a ciência que se dedica ao
estudo das manifestações da energia orgone no micro e macro cosmos, no
vivo e no inanimado. Contudo, o surgimento da Orgonomia é a expressão de
aproximadamente 20 anos de trabalho (Reich inicia sua obra em 1920). E,
após a descoberta do Orgone, Reich continuou desenvolvendo a Orgonomia
por mais dezessete ou dezoito anos, até sua morte, em 1957.
Simultaneamente a essa pesquisa sobre os processos
energético-vitais, Reich desenvolveu três técnicas terapêuticas: a
análise do caráter (1923-1934), a vegetoterapia caractero-analítica
(1934-1939) e a orgonoterapia (1939-1957). E também um novo método de
pensamento e pesquisa: o funcionalismo orgonômico.
A energia orgone pode ser observada em suas manifestações visuais,
térmicas e motoras, e pode eventualmente produzir reações vegetativas em
um sujeito submetido a determinados potenciais orgonóticos. Como
afirmei acima, também pode ser quantificada e acumulada em um ORAC
(acumulador de energia orgone). Para caracterizar as funções e a
singularidade da energia orgone, Reich realizou muitos e pormenorizados
estudos laboratoriais, nos quais descreveu, inclusive, as diferenças
entre a energia orgone e outras formas de energia, tais como a energia
eletromagnética e a nuclear.
Com o advento da Orgonomia, surgiram algumas promissoras áreas de
pesquisa: a Física-orgone, que se dedica à pesquisa da energia orgone
nos domínios da atmosfera e do cosmos; a astrofísica-orgone, que
investiga a relação entre a energia orgone e a criação e movimento dos
corpos celestes; a biofísica-orgone, que pesquisa os fenômenos
orgonóticos em seres vivos; a orgonoterapia, que aplica as descobertas
da Orgonomia à prática terapêutica, etc.
Quanto a sua afirmação de que o orgone é a matéria fundamental do
universo: de fato, a energia orgone preenche o cosmos, mas não é uma
matéria ou substância, mas sim, uma energia que em seu estado puro é
livre de massa. Daí a denominação Energia Orgone Cósmica Livre-de-Massa,
tantas vezes utilizada por Reich.
A obra de Reich não teve nenhuma influência direta das filosofias
orientais. Aliás, Reich fez questão de descrever detalhadamente todos os
experimentos que comprovam a existência da energia orgone justamente
para não ser confundido com pensadores de orientação mística, metafísica
ou religiosa, que falavam de uma energia cósmica, mas não se
preocupavam em demonstrar cientificamente sua existência. Podemos,
obviamente, classificar Reich entre aqueles pesquisadores que
acreditaram que a energia é anterior à matéria ou que postularam que
processos energéticos básicos dão origem à matéria (na verdade, Reich
investigou como a desintegração da matéria produz processos energéticos,
e também como a fusão de correntes orgonóticas gera substâncias
materiais). Mas não podemos esquecer o enorme salto, o ponto crucial da
teoria reichiana, ou seja: Reich não apenas acreditou em uma energia
primária, como também demonstrou cientificamente sua existência. Assim,
acreditar ou não na energia orgone não é para nós, orgonomistas, uma
questão de fé ou de crença, mas sim de experimentação científica.
Que tipo de vantagem existe na utilização das técnicas da orgonoterapia?
Inicialmente, é preciso falar um pouco sobre o que é a orgonoterapia:
a) Uma terapêutica que, por via direta, deriva-se de uma ciência criada
por Reich (a Orgonomia), mas que, historicamente, beneficia-se das
descobertas e desenvolvimentos de outras duas técnicas reichianas: a
Análise do Caráter e a Vegetoterapia;
b) Uma terapêutica que utiliza um específico método de investigação (o
Funcionalismo Orgonômico) e uma específica técnica de espelhamento das
funções energéticas (a Orgonometria), ambos desenvolvidos por Reich;
c) Uma terapêutica que, em meu ponto de vista, precisa levar em
consideração as específicas pressões atuais a que estão submetidas as
pessoas (principalmente a pressão criativa, a pressão de autonomia, a
pressão de ser expressivo e a pressão do estar aqui);
d) Uma terapêutica que, tendo sempre como estofo a dinâmica dos
processos energéticos, trabalha simultaneamente com os ramos somáticos e
perceptivos do ser humano;
e) Uma terapêutica que, além do assim chamado trabalho verbal, faz uso
também de uma série de exercícios, de procedimentos que lidam
diretamente com as funções somáticas e perceptivas;
f) Uma terapêutica que tem um claro objetivo de cura: a retomada da pulsação orgonótica (quando, obviamente, isso for possível).
A Orgonoterapia tem-se revelado altamente eficaz para lidar com
disfunções tais como a depressão, a síndrome do pânico, os estados
confusionais, os transtornos de personalidade, etc. Porém, é bom lembrar
que, em orgonoterapia, procuramos ver o indivíduo como um todo. Isso
significa que o orgonoterapeuta não trabalha um sintoma específico, mas o
funcionamento global do indivíduo, pois são as disfunções
bioenergéticas do funcionamento global que dão origem às mais variadas
patologias físicas e psíquicas.
Existe uma contradição básica no que se fala sobre Reich. Por um
lado, ele é considerado um gênio. Por outro, quando se menciona o
orgone, ele é atacado. Por que isso?
A falta de trabalhos que contemplem com seriedade o conjunto da obra
de Reich, somada à disseminação de meias-verdades, informações
incorretas e deslavadas mentiras são fatores que têm impedido uma
avaliação ponderada e honesta sobre a pesquisa reichiana.
Como mencionei anteriormente, só é possível compreender a especificidade
da obra científica reichiana (a investigação dos processos energéticos
primários) se acompanharmos o singular trajeto percorrido por Reich,
desde sua participação no movimento psicanalítico até as últimas
descobertas da orgonomia. Do início da década de 20 até o final dos anos
50, Reich transitou pelas mais variadas áreas do conhecimento
(biofísica, biogênese, física, química, filosofia, sociologia, medicina,
biologia). E para seguir a trilha dessa inovadora pesquisa é preciso
uma razoável formação em ciências naturais e filosofia — o que nem
sempre é o caso dos que se aproximam da teoria reichiana. O mais comum é
vermos pesquisadores fixados nesta ou naquela fase da obra de Reich.
Mas há ainda duas outras e mais complicadas dificuldades. A primeira
diz respeito ao núcleo, ao fio condutor da pesquisa reichiana: a
sistemática investigação da convulsão orgástica do plasma. Foi essa
investigação que conduziu Reich à descoberta da energia orgone e a
vários outros e fundamentais feitos científicos. Para muitos, é
inconcebível que a investigação da função do orgasmo possa ter conduzido
um sexólogo à descoberta de uma energia cósmica e primordial, mesmo que
esse sexólogo tenha demonstrado detalhadamente a identidade entre
processos energético-sexuais e fenômenos energéticos na Natureza.
A outra dificuldade refere-se ao método de pesquisa. Os processos
bioenergéticos profundos, assim como a energia orgone cósmica, não
funcionam e não podem ser compreendidos a partir das leis da mecânica.
Aliás, Reich insistiu várias vezes que nem o mecanicismo, nem o
misticismo eram sistemas de pensamento hábeis para abordar a dinâmica e
especificidade da energia orgone. Na opinião dele, as leis de
funcionamento da energia orgone só poderiam ser apreendidas por uma
metodologia funcional, ou melhor, por um funcionalismo energético.
Porém, a abordagem funcional nem sempre é a regra, pois ainda é muito
forte a tentativa de aplicar as leis da mecânica ao funcionamento
profundo do vivo.
É possível separar as teorias e idéias de Reich em aceitáveis e não-aceitáveis? Elas não estão intimamente relacionadas?
Como mencionei há pouco, as descobertas de Reich, principalmente
sobre a Orgonomia, devem ser testadas e experimentadas cientificamente.
Reich descreveu detalhadamente suas descobertas, justamente para que os
pesquisadores pudessem reproduzir os experimentos em laboratório. Mas
vale ressaltar que não se trata apenas de refazer experimentos; há
também uma questão metodológica envolvida, indicando-nos que é preciso
uma perspectiva funcional para se trabalhar com a teoria reichiana (ou
melhor, para se trabalhar com processos bioenergéticos ou com uma
energia cósmica).
O que se pode dizer sobre a idéia de Reich a respeito da presença de
OVNIs e extraterrestres em nosso planeta lutando pela posse do orgone?
Parece que, de maneira geral, as pessoas evitam falar sobre isso.
De fato, a presença de OVNIs foi tema de investigação das últimas
etapas do trabalho de Reich, durante suas pesquisas sobre a energia
orgone atmosférica. Essas pesquisas, assim como todas que a antecederam,
merecem um tratamento científico, ou seja, uma abordagem honesta, não
só sobre os relatos experimentais legados por Reich, mas também sobre a
lógica da pesquisa energético-funcional, pois foi essa lógica que o
conduziu, inclusive, à investigação dos OVNIs.
Para Saber Mais:
www.org2.com.br
Site dedicado a Wilhem Reich www.orgonelab.org fundado pelo investigador James deMeo (Ph. D).
Para utilizar a caixa orgone envie um WhatsApp para 48 98836 6471 com a mensagem : “caixa orgone” e juntos iremos avaliar a possibilidade de seu atendimento com Orgoneterapia.
Holistic Awareness • Conscientização Holística
Quiropraxia • Massoterapia • 1989
Psicoterapia Corporal Bioenergética Reichiana • 2006
Consultoria, Orientação e Conscientização Holística desde 1990
>>kkinhirin@gmail.com | +55 48 988 366 471<<
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